Subsecretaria de
Gestão de Pessoas

sp.gov.br
Ferramentas pessoais

Avaliação da Aprendizagem (na visão de Paulo Freire)

De Meu Wiki

Edição feita às 17h37min de 15 de fevereiro de 2018 por Ramadan (disc | contribs)
Ir para: navegação, pesquisa

Ementa

Para Freire, a avaliação da aprendizagem tem como objetivo a emancipação dos sujeitos envolvidos.

Crítico da pedagogia por objetivos (mensuração, punição, castração das diferenças), para ele os controles restringem a heterogeneidade dos sujeitos (a diversidade cria condições para o desenvolvimento crítico, criativo e autônomo e contribui para o desenvolvimento do processo educativo).

Crítico também da abordagem conteudista, segundo ele o conteúdo é importante não como repetição, memorização, mas como fator mediador/facilitador do processo de formação da consciência crítica; sendo assim, cabe ao professor, por meio do diálogo, apresentar o conteúdo associado a análise e reflexão, tendo em vista a leitura da realidade, encorajando os envolvidos a realizar novas construções (aqui, a diversidade dos alunos passa a ser uma ferramenta rica).

A construção do conhecimento não acontece com a transmissão “oral” e unilateral dos “sábios” aos “incultos” e da “alienação da ignorância”. Avaliar a aprendizagem é uma negociação e investigação (compreensão de si e do outro, objetivando o crescimento de todos).

A avaliação da aprendizagem, na visão freiriana, deve promover a consciência crítica por meio do diálogo livre, permanente e democrático (sem autoritarismo ou excessos de poder) entre professor e aprendiz. A avaliação é um processo dinâmico e coletivo e, consequentemente, fruto do compartilhamento entre os sujeitos -- o ato de aprender não opera por transmissão da informação, mas pelo encontro permanente dos homens (educadores e educandos), mediatizados pelos diversos saberes de cada um.

A avaliação da aprendizagem analisa os sujeitos envolvidos como inacabados (educador e educando, ao perceberem que estão em constante construção, são mais tolerantes e respeitosos; o tempo de aprendizagem torna-se mais flexível, despadronizado, pois passa a considerar a diversidade e a individualidade de cada interveniente).

A avaliação da aprendizagem não admite a exclusão social (o “déficit de aprendizagem”, conforme rotulado pela pedagogia tradicional), mas leva em conta a diferença cultural, pois os focos de interesse dos aprendizes guardam relação com suas necessidades socioculturais. Do mesmo modo, o erro tem grande importância no processo de aprendizagem, visto como um degrau no processo de construção do conhecimento, uma vez que o sujeito, estimulado a "olhar para o erro", busca a causa dele e aprende com o que descobre.

O resultado da avaliação da aprendizagem torna-se um instrumento pedagógico-didático para o planejamento das novas ações de ensino e um meio para o aluno, com dificuldades, encontrar outras possibilidades para uma aprendizagem significativa.

Em resumo, baseia-se nos seguintes suportes: instrumento pedagógico-didático (função educativa), autoavaliação, rejeição aos métodos tradicionais, diálogo permanente, democrático e livre, conteúdo como objeto de reflexão, inacabamento do homem, construção coletiva, emancipação, autonomia, diversidade, consciência crítica, tempo de aprendizagem, não punição, diferença cultural, negociação/investigação e erro como reflexão e reconstrução.

Veja também: Avaliação da Aprendizagem // Avaliação da Aprendizagem (na visão da Egap/Fundap) // Avaliação da Aprendizagem (na visão de Tavares-Silva) // Avaliação da Aprendizagem (na visão de Vygotsky) // Avaliação de Ações de Treinamento e Aprendizado (na visão de Kirkpatrick)

Fontes

CUPOLILLO, A. V. Avaliação da aprendizagem escolar e o pensamento de Paulo Freire: algumas aproximações. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.2, n.1, 2007. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/304>. Acesso em: 24 jul. 2017.

FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

______. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

______. Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.