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Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)

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Ementa

O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) define a distância entre o nível de desenvolvimento atual (efetivo), determinado pela capacidade de resolver tarefas de forma independente, e o nível de desenvolvimento potencial (gama de possibilidades), determinado pela solução de problemas, sob a orientação de pessoas mais capazes ou mais experientes.


Veja também: Autoavaliação // Avaliação da Aprendizagem // Avaliação da Aprendizagem (na visão da Egap/Fundap) // Avaliação da Aprendizagem (na visão de Paulo Freire) // Avaliação da Aprendizagem (na visão de Tavares-Silva) // Avaliação da Aprendizagem (na visão de Vygotsky) // Avaliação de Ações de Treinamento e Aprendizado (na visão de Kirkpatrick)

Referências

Zona de Desenvolvimento Proximal é: “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (VYGOTSKY, 1984:97).
“A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas estão em processo de maturação, funções que amadurecerão mais cedo ou mais tarde, mas que atualmente estão em estado embrionário" (VYGOTSKY, 1978).
“[...] a Zona de desenvolvimento proximal remete deste modo para a pertinência da estimulação da aprendizagem com base em tarefas que promovam o desenvolvimento, constituindo-se essencial no modo como o indivíduo adquire progressivamente controlo e responsabilidade individual pela resolução de problemas. Assim, o processo de desenvolvimento implica que o indivíduo seja orientado e guiado, aprendendo através da observação e interação com outros mais experientes na resolução de atividades (adequadas à sua Zona de desenvolvimento proximal), num processo que se torna progressivamente interiorizado e autorregulado” (CONCEIÇÃO, 2016).
“Até mesmo a teoria da zona de desenvolvimento próximo, central na teoria da aprendizagem do pedagogo soviético [Vygotsky], não é muito diferente das propostas de Piaget ou de Kohlberg sobre as tarefas moderadamente discrepantes, ou seja, sobre o potencial educativo e desenvolvimentista das tarefas de ensino que não sejam nem muito difíceis nem muito fáceis para o aluno. Como é sabido, Piaget defende que as tarefas devem provocar um desequilíbrio cognitivo moderado que permita ao aluno passar por um processo de assimilação e de acomodação que potencie o desenvolvimento dos esquemas mentais, em direcção a uma nova equilibração e por aí adiante. A teoria da zona de desenvolvimento próximo tem, de facto, grandes semelhanças com a teoria da equilibração de Jean Piaget. A aprendizagem mais significativa é que se baseia no processo de construção do conhecimento por parte dos alunos. Esse processo de construção é tanto melhor conduzido quanto melhor o professor for capaz de criar ambientes de aprendizagem que potenciem a interacção entre alunos em estádios cognitivos ligeiramente diferentes ou em fases de transição de estádio” (MARQUES, 2007).
“A intervenção mais eficaz do mediador é aquela que age na zona proximal de desenvolvimento, nas estruturas não amadurecidas do indivíduo. Por conseguinte, não adianta intervir no nível de desenvolvimento real do participante, porque o mesmo representa as funções mentais já desenvolvidas e amadurecidas no indivíduo, ou seja, o participante conhece o que está sendo proposto pelo mediador. No entanto, também não adianta atuar no nível de desenvolvimento potencial, porque o sujeito não pode fazer sozinho e, consequentemente, as instruções do mediador serão incompreendidas, uma vez que o aprendiz necessita da orientação do mediador ou da colaboração dos colegas mais capazes. Segundo a teoria vygotskyana, o aprendizado progride mais rápido que o desenvolvimento e é na ZPD que o mediador deve atuar e auxiliar, por meio da linguagem, na construção e reconstrução do conhecimento dos seus aprendizes. Nesse contexto, o mediador, para ser eficiente, deve conhecer as ideias dos participantes e agir adequadamente na situação-problema, para que o participante entenda o desafio e alcance a zona de desenvolvimento proximal. Além disso, o conhecimento é o resultado da interação sociocultural. Por sua vez, a origem dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano está nas relações e na interação com outras pessoas. Daí, o participante sabe que tem o apoio do mediador para fornecer pistas da situação-problema e também sabe, que poderá contar com a colaboração dos colegas visando a resolução em conjunto. Percebo que os processos de apreensão do conhecimento têm como trilha as relações e as interações dos sujeitos com o meio, com o contexto social e baseados no apoio intelectual real e afetivo, ou seja, é por meio dos princípios interacionistas (dialéticas externas de adaptação entre o organismo psicológico do indivíduo e seu contexto) que o conhecimento floresce” (TAVARES-SILVA,2006).

Fontes

CONCEIÇÃO, C.V. A teoria da aprendizagem social. Disponível em: < http://knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/teoria-da-aprendizagem-social/>. Acesso em: 25 ago. 2017.

MARQUES, R. A pedagogia construtivista de Lev Vygotsky (1896-1934). Escola Superior de Educação de Santarém, 2007. Disponível em : < http://www.eses.pt/usr/Ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20Pedagogia%20construtivista%20de%20Lev%20Vygotsky.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2017.

TAVARES-SILVA, T. A educação baseada no paradigma da produção em massa, de servidores do Estado de São Paulo, via cursos on-line: a comunidade virtual de aprendizagem como recurso para valorizar e resgatar a capacidade de pensar, interagir e construir do aprendiz. 2006. 295 f. Tese (Doutorado em Educação - Currículo) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984.

VYGOTSKY on the zone of proximal development. Disponível em: <http://neamathisi.com/new-learning/chapter-8-pedagogy-and-curriculum/vygotsky-on-the-zone-of-proximal-development >. Acesso em: 28 jul. 2017.