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Silêncio Virtual e Silêncio Fecundo

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Edição feita às 18h07min de 9 de fevereiro de 2018 por Ramadan (disc | contribs)
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Ementa

O Silêncio Virtual, segundo Maria Ilse Gonçalves: Em uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa e cooperativa, o “silêncio virtual” é um fator a ser considerado e analisado com bastante cuidado. Geralmente, os grupos podem propiciar tanto a verbalização quanto o silêncio, o que não é uma característica dos grupos nos cursos a distância, uma vez que existe o silêncio, também, nos cursos presenciais. Entretanto, nos cursos virtuais, o silêncio ganha força e fica mais evidente, pois a presença ou a ausência física de alguém é notada em uma classe presencial, haja ou não participação verbal. É bem mais fácil ser um aluno silencioso no mundo presencial, já que na “presencialidade” há outras formas de comunicação não verbal que o aluno pode sinalizar, como, por exemplo, a linguagem corporal – o olho no olho, um gesto, um sorriso etc. Nos cursos presenciais, o grupo sabe que o colega silencioso está presente, mesmo mantendo-se em silêncio ao longo da aula. Muitas vezes, esse aluno está fisicamente presente, mas totalmente alheio àquele momento e envolto em suas dificuldades emocionais. Em grupos eletrônicos, os participantes mais quietos simplesmente ou silenciosos, perante o grupo, não estão presentes. Tais participantes permanecem em um lugar chamado pelo grupo de “turma do fundão”, “turma dos leitores”, “turma dos observadores”, “turma do silêncio”, ou seja, os participantes dessas turmas estão envoltos no silêncio virtual. No entanto, o silêncio pode ainda se manifestar em situações inusitadas, que merecem atenção, e ele pode ser significativo. Por exemplo, em determinado contexto, o aluno pode não concordar com algo e preferir manter-se silencioso por uma série de motivos, tais como: fazer pausa para reflexão; refletir uma forma de agressão; sentir que o outro não merece resposta; não atribuir importância ao debate etc. Por outro lado, o silêncio virtual geralmente incomoda os chamados “falantes virtuais”; há uma exigência dos participantes ativos diante daqueles que estão no silêncio virtual. É fundamental que se tenha mais receptividade nos silêncios virtuais. Ignorar o silêncio diante do que não está sendo comunicado pode ser uma postura sábia e produtiva, diante do silêncio. Por outro lado, chamar o aluno para o debate, na tentativa de quebrar o silêncio, pode ser reflexo da ansiedade do formador, uma vez que refletir, imaginar, criar, inventar, integrar novas idéias são atividades intelectuais que necessitam, antes de tudo, de silêncio, no qual o pensamento é a atividade principal.

Fonte

GONÇALVES, M. I. R. Reflexões sobre silêncio virtual no contexto do grupo de discussão na aprendizagem via rede. Revista Pateo: Multidisciplinaridade, [S. l.], ano 7, n.26, maio/jul. 2003.

TAVARES-SILVA, T. A educação baseada no paradigma da produção em massa, de servidores do Estado de São Paulo, via cursos on-line: a comunidade virtual de aprendizagem como recurso para valorizar e resgatar a capacidade de pensar, interagir e construir do aprendiz. 2006. 295 f. Tese (Doutorado em Educação - Currículo) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.