Afetividade (ambiente virtual)
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“[para Husserl] a consciência que tomamos das coisas não se limita em absoluto ao conhecimento delas. O conhecimento ou pura ‘representação’ é apenas uma das formas possíveis da minha consciência ‘de’ [alguma coisa]: posso também amá-la, temê-la, detestá-la, e essa superação da consciência por si mesma, que chamamos de ‘intencionalidade’, reaparece no temor, no ódio e no amor. Detestar outrem é ainda uma maneira de explodir em direção a ele; é encontrar-se subitamente diante de um estranho cuja qualidade objetiva de ‘odiável’ vivemos e sofremos antes de tudo. Eis que essa famosas reações subjetivas – ódio, amor, temor, simpatia – que boiavam na malcheirosa salmoura do Espírito de repente se desvencilham dele: são apenas maneiras de descobrir o mundo. [...]” (SARTRE, 2006) | “[para Husserl] a consciência que tomamos das coisas não se limita em absoluto ao conhecimento delas. O conhecimento ou pura ‘representação’ é apenas uma das formas possíveis da minha consciência ‘de’ [alguma coisa]: posso também amá-la, temê-la, detestá-la, e essa superação da consciência por si mesma, que chamamos de ‘intencionalidade’, reaparece no temor, no ódio e no amor. Detestar outrem é ainda uma maneira de explodir em direção a ele; é encontrar-se subitamente diante de um estranho cuja qualidade objetiva de ‘odiável’ vivemos e sofremos antes de tudo. Eis que essa famosas reações subjetivas – ódio, amor, temor, simpatia – que boiavam na malcheirosa salmoura do Espírito de repente se desvencilham dele: são apenas maneiras de descobrir o mundo. [...]” (SARTRE, 2006) | ||
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+ | MORIN, E. '''Os setes saberes necessários à educação do futuro'''. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. | ||
+ | PIAGET, J. '''Intelligence and affectivity''': their relationship during child development. Califórnia: Palo Alto, 1981. | ||
+ | SARTRE, J.- P. Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl: a intencionalidade. In:______. '''Situações I'''. Tradução Cristina Prado. São Paulo: Cosac Naif, 2006. Disponível em: <https://coracaofilosofante.wordpress.com/2013/09/09/uma-ideia-fundamental-da-fenomenologia-de-husserl-a-intencionalidade%C2%B9/ >. Acesso em: 27 jul. 2017. | ||
+ | TAVARES-SILVA, T. '''Mediação pedagógica, nos ambientes telemáticos, como recurso de expressão das relações interpessoais e da construção do conhecimento'''. 2003. 203 f. Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. | ||
+ | WALLON, H. '''Do ato ao pensamento'''. Lisboa: Moraes, 1979. | ||
+ | ______. '''Psicologia e educação da infância'''. Lisboa: Estampa, 1975. |
Edição de 17h55min de 23 de janeiro de 2018
Ementa
Comportamentos como medo, sofrimento, interesse, alegria, resistência, raiva e outros ‘transitam’ também em ambientes virtuais de aprendizagem (ambientes telemáticos) e evidenciam desequilíbrios internos dos envolvidos; daí a importância de se criarem estratégias para diluir estados afetivos desestabilizadores e que favoreçam o desenvolvimento cognitivo, o saber mais bem-elaborado e a satisfação nesse novo ambiente.
Referências
“Os aspectos afetivos e cognitivos são indissociáveis no processo de construção do conhecimento do indivíduo, uma vez que ao construir o conhecimento esse sujeito experimenta - prazer, esforço, fadiga, ansiedade, aborrecimentos etc. - aspectos que têm relação direta no desenvolvimento intelectual da pessoa. Os ambientes telemáticos (os ambientes virtuais de aprendizagem) são territórios onde transitam o medo, o sofrimento, o interesse, a alegria, a resistência, a raiva etc. e, em virtude disso, trazem comportamentos que evidenciam desequilíbrios internos dos seus envolvidos. É importante criar estratégias para diluir o medo e abrir caminhos ao desenvolvimento cognitivo, ao saber mais bem-elaborado e à satisfação nesse novo espaço. Nesse contexto, o mediador pedagógico tem o papel de resgatar a funcionalidade da afetividade/emoção como condição capaz de proporcionar circunstâncias adequadas aos anseios dos participantes, tornando esse ambiente adaptável ao aluno e possibilitando uma boa interface de comunicação e interação; porém, sem nunca perder o foco do curso, o controle, o gerenciamento e a administração geral do ambiente de aprendizagem” (TAVARES-SILVA,2003).
“[para Husserl] a consciência que tomamos das coisas não se limita em absoluto ao conhecimento delas. O conhecimento ou pura ‘representação’ é apenas uma das formas possíveis da minha consciência ‘de’ [alguma coisa]: posso também amá-la, temê-la, detestá-la, e essa superação da consciência por si mesma, que chamamos de ‘intencionalidade’, reaparece no temor, no ódio e no amor. Detestar outrem é ainda uma maneira de explodir em direção a ele; é encontrar-se subitamente diante de um estranho cuja qualidade objetiva de ‘odiável’ vivemos e sofremos antes de tudo. Eis que essa famosas reações subjetivas – ódio, amor, temor, simpatia – que boiavam na malcheirosa salmoura do Espírito de repente se desvencilham dele: são apenas maneiras de descobrir o mundo. [...]” (SARTRE, 2006)
Fontes
MORIN, E. Os setes saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. PIAGET, J. Intelligence and affectivity: their relationship during child development. Califórnia: Palo Alto, 1981. SARTRE, J.- P. Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl: a intencionalidade. In:______. Situações I. Tradução Cristina Prado. São Paulo: Cosac Naif, 2006. Disponível em: <https://coracaofilosofante.wordpress.com/2013/09/09/uma-ideia-fundamental-da-fenomenologia-de-husserl-a-intencionalidade%C2%B9/ >. Acesso em: 27 jul. 2017. TAVARES-SILVA, T. Mediação pedagógica, nos ambientes telemáticos, como recurso de expressão das relações interpessoais e da construção do conhecimento. 2003. 203 f. Dissertação (Mestrado em Educação: Currículo), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. WALLON, H. Do ato ao pensamento. Lisboa: Moraes, 1979. ______. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1975.