Andragogia
De Meu Wiki
(→Referências) |
|||
(8 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 2: | Linha 2: | ||
A andragogia é a disciplina que estuda a educação e a aprendizagem de adultos. Como ciência da formação dos homens, a andragogia considera a educação como um fato permanente, contínuo. | A andragogia é a disciplina que estuda a educação e a aprendizagem de adultos. Como ciência da formação dos homens, a andragogia considera a educação como um fato permanente, contínuo. | ||
+ | |||
+ | '''Veja também:''' [[Ensino de Aplicação]] // [[Orientação Metodológica]] // [[Estilo de Aprendizagem ou Estratégias de Aprendizagem]] // [[Pedagogia por Objetivos]] | ||
==Referências== | ==Referências== | ||
Linha 12: | Linha 14: | ||
<BLOCKQUOTE>- para o adulto, a vontade de aprender não pode ser explicada por mudança de conduta em decorrência de um estímulo externo. Para aprender, o adulto interpreta a realidade de acordo com a sua história e, a partir dessa interpretação, passa a internalizar algo (o produto da significação); são os fatores de ordem interna que criam circunstâncias para ele se motivar a aprender (auto-realização, auto-estima, qualidade de vida, etc.).” (TAVARES-SILVA, 2006)</BLOCKQUOTE> | <BLOCKQUOTE>- para o adulto, a vontade de aprender não pode ser explicada por mudança de conduta em decorrência de um estímulo externo. Para aprender, o adulto interpreta a realidade de acordo com a sua história e, a partir dessa interpretação, passa a internalizar algo (o produto da significação); são os fatores de ordem interna que criam circunstâncias para ele se motivar a aprender (auto-realização, auto-estima, qualidade de vida, etc.).” (TAVARES-SILVA, 2006)</BLOCKQUOTE> | ||
- | + | ||
- | O aprendiz adulto apresenta autonomia, independência e possibilidade de autoformação. Tem condições de estabelecer inter-relação com o outro, de promover a resolução de seus questionamentos, de se autodesenvolver e tem ciência de quais são as suas necessidades de ampliação de conhecimento (LUDOJOSKI, 1972). | + | “O indivíduo adulto traz consigo uma reserva de experiência e recursos de aprendizagem cumulativos. Quando inicia um curso, geralmente por iniciativa própria, se encontra disposto a aprender e se desenvolver; está motivado, pois observa um interesse pessoal e profissional. Apresenta a necessidade de aplicar o conhecimento aprendido na prática, no seu dia a dia e de imediato na solução de problemas, assim, ele encontra sentido e envolvimento no que aprende. |
- | Ele está aberto a aprender aquilo que acredita ser importante para o seu aprimoramento. Da mesma maneira, está ciente da sua bagagem de experiência construída, que merece ser considerada e destacada nas atividades formacionais. Como já está inserido no mercado de trabalho, não quer perder seu tempo e sim otimizá-lo em benefício da sua carreira profissional. Observa a formação como um meio e não um fim em si mesmo; espera resultados práticos na sua vida. Sua motivação é muito mais interna do que externa, quer aprender pela própria vontade de se aperfeiçoar e desenvolver novas competências. | + | |
- | Para Paulo Freire (1999), que se debruçou sobre questões ligadas a educação de adultos, todos os homens e mulheres são 'seres inconclusos', portanto com possibilidade para aprender continuamente. São seres históricos e inacabados, estando no e com o mundo, intervindo e conhecendo-o. É fundamental a consciência sobre si, sabendo-se inacabado, portanto, na busca permanente da transformação e do aprimoramento. [...] A aprendizagem com adultos precisa ter como base o diálogo, o exercício da capacidade crítica, analítica e sintética; a reflexão sobre a ação e sobre o próprio pensar, a metacognição.” (KACHAR, 2010) | + | |
+ | O aprendiz adulto apresenta autonomia, independência e possibilidade de autoformação. Tem condições de estabelecer inter-relação com o outro, de promover a resolução de seus questionamentos, de se autodesenvolver e tem ciência de quais são as suas necessidades de ampliação de conhecimento (LUDOJOSKI, 1972). | ||
+ | |||
+ | Ele está aberto a aprender aquilo que acredita ser importante para o seu aprimoramento. Da mesma maneira, está ciente da sua bagagem de experiência construída, que merece ser considerada e destacada nas atividades formacionais. Como já está inserido no mercado de trabalho, não quer perder seu tempo e sim otimizá-lo em benefício da sua carreira profissional. Observa a formação como um meio e não um fim em si mesmo; espera resultados práticos na sua vida. Sua motivação é muito mais interna do que externa, quer aprender pela própria vontade de se aperfeiçoar e desenvolver novas competências. | ||
+ | |||
+ | Para Paulo Freire (1999), que se debruçou sobre questões ligadas a educação de adultos, todos os homens e mulheres são 'seres inconclusos', portanto com possibilidade para aprender continuamente. São seres históricos e inacabados, estando no e com o mundo, intervindo e conhecendo-o. É fundamental a consciência sobre si, sabendo-se inacabado, portanto, na busca permanente da transformação e do aprimoramento. [...] A aprendizagem com adultos precisa ter como base o diálogo, o exercício da capacidade crítica, analítica e sintética; a reflexão sobre a ação e sobre o próprio pensar, a metacognição.” (KACHAR, 2010) | ||
+ | |||
==Fontes== | ==Fontes== |
Edição atual tal como 17h28min de 15 de fevereiro de 2018
Ementa
A andragogia é a disciplina que estuda a educação e a aprendizagem de adultos. Como ciência da formação dos homens, a andragogia considera a educação como um fato permanente, contínuo.
Veja também: Ensino de Aplicação // Orientação Metodológica // Estilo de Aprendizagem ou Estratégias de Aprendizagem // Pedagogia por Objetivos
Referências
“O conceito de andragogia é um neologismo proposto pela Unesco para substituir a palavra ‘pedagogia’. Andragogia é a ciência da formação dos homens e visa a uma educação permanente (Ortiz; apud Oliveira). A andragogia é a disciplina que estuda a educação e a aprendizagem de adultos. Conforme o modelo andragógico:- o adulto gosta de interferir e tomar decisões sobre o conceito e o desenrolar do curso. É o aprender por meio do fazer (o aprender fazendo);- o adulto não se satisfaz em ser mero repetidor de cultura; ele anseia em produzir cultura por meio de seu próprio desenvolvimento; para isso, é necessário que ele busque descobrir a importância da formação contínua, do autoconhecimento e da autonomia;- o adulto é portador de uma experiência que o distingue das crianças. Nas capacitações, muitas vezes são os adultos, com suas experiências, que contribuem com o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens;- o adulto aprende o que realmente precisa saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária). Os adultos estão dispostos a aprender quando compreendem a sua utilidade, quando o ato de aprender satisfaz aos seus interesses e às suas necessidades e, conseqüentemente, quando contribui para resolver os problemas reais de sua vida pessoal e profissional;- para o adulto, a vontade de aprender não pode ser explicada por mudança de conduta em decorrência de um estímulo externo. Para aprender, o adulto interpreta a realidade de acordo com a sua história e, a partir dessa interpretação, passa a internalizar algo (o produto da significação); são os fatores de ordem interna que criam circunstâncias para ele se motivar a aprender (auto-realização, auto-estima, qualidade de vida, etc.).” (TAVARES-SILVA, 2006)
“O indivíduo adulto traz consigo uma reserva de experiência e recursos de aprendizagem cumulativos. Quando inicia um curso, geralmente por iniciativa própria, se encontra disposto a aprender e se desenvolver; está motivado, pois observa um interesse pessoal e profissional. Apresenta a necessidade de aplicar o conhecimento aprendido na prática, no seu dia a dia e de imediato na solução de problemas, assim, ele encontra sentido e envolvimento no que aprende.
O aprendiz adulto apresenta autonomia, independência e possibilidade de autoformação. Tem condições de estabelecer inter-relação com o outro, de promover a resolução de seus questionamentos, de se autodesenvolver e tem ciência de quais são as suas necessidades de ampliação de conhecimento (LUDOJOSKI, 1972).Ele está aberto a aprender aquilo que acredita ser importante para o seu aprimoramento. Da mesma maneira, está ciente da sua bagagem de experiência construída, que merece ser considerada e destacada nas atividades formacionais. Como já está inserido no mercado de trabalho, não quer perder seu tempo e sim otimizá-lo em benefício da sua carreira profissional. Observa a formação como um meio e não um fim em si mesmo; espera resultados práticos na sua vida. Sua motivação é muito mais interna do que externa, quer aprender pela própria vontade de se aperfeiçoar e desenvolver novas competências.
Para Paulo Freire (1999), que se debruçou sobre questões ligadas a educação de adultos, todos os homens e mulheres são 'seres inconclusos', portanto com possibilidade para aprender continuamente. São seres históricos e inacabados, estando no e com o mundo, intervindo e conhecendo-o. É fundamental a consciência sobre si, sabendo-se inacabado, portanto, na busca permanente da transformação e do aprimoramento. [...] A aprendizagem com adultos precisa ter como base o diálogo, o exercício da capacidade crítica, analítica e sintética; a reflexão sobre a ação e sobre o próprio pensar, a metacognição.” (KACHAR, 2010)
Fontes
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 35. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
KACHAR, V. Projeto Político Pedagógico: educação a distância. São Paulo: EGAP/Fundap, 2010. [Projeto Político Pedagógico Educação a Distância, Coord. Sandra Souza e Pedro Drago]. Disponível em: <http://biblioteca.planejamento.sp.gov.br:8080/Bibspg/DigitalMediaController/?id=ODQ6UHJvamV0byBQb2xpdGljby1wZWRhZ29naWNvIEVhRC5wZGY=>. Acesso em: 4 ago. 2017.
LUDOJOSKI, R. Andragogia ou educacion del adulto. Buenos Aires: Guadalupe, 1972.
TAVARES-SILVA, T. A educação baseada no paradigma da produção em massa, de servidores do Estado de São Paulo, via cursos on-line: a comunidade virtual de aprendizagem como recurso para valorizar e resgatar a capacidade de pensar, interagir e construir do aprendiz. 2006. 295 f. Tese (Doutorado em Educação - Currículo) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.